"(…)o preocupa acima de tudo a visão daqueles que não vivem para depois, mas apenas e sempre para agora. A visão dos que andam despreocupadamente pela vida, dos que vão, dos que vêm, sempre sem pensar no pai, sempre despreocupadamente. Desde o início que o filho-de-deus inculca nos seus dependentes a necessidade de preocupar-se com a aparência e com os modos (a fim de que não se diga que morreram por incúria, mas que souberam preparar a morte), de preocupar-se com o traje e com a higiene (a fim que se não diga...uma injúria); embora o crer do filho nada seja comparado com o querer do pai, ele inculca nos seus dependentes a necessidade de preocupar-se com o que fazem e com o que dizem, com a casa onde habitam e com os lugares aonde vão, com o que ganham e com o que gastam e gostam, com o que pensam e como pensam e quem dá a bênção, e com o que a cada momento e em cada circunstância devem apoiar e devem rejeitar, a fim de conseguirem o seu lugar de filhos-de-deus, e a fim de o não perderem depois, de o não perderem nunca, e ainda a fim de conservarem a validez do crédito, e o direito à credencial de invalidez, ou à pensão de velhice, isto é, à morte bem temperada.”
Alberto Pimenta, in Discurso sobre o Filho-de-Deus, Edições Mortas, 1995.
Alberto Pimenta, in Discurso sobre o Filho-de-Deus, Edições Mortas, 1995.