Cinema Vivo | Sextas de Janeiro > Maya Deren · Torre Bela · Sónia Amen · Celestino Monteiro

15/01
"Meshes of the Afternoon" e "At Land", de Maya Deren

22/01
"Torre Bela", de Thomas Harlan 

29/01
"A Menina Analógica", de Sónia Amen
"O acordeão policromático-sinusoidal e as tentativas de uma louca para o dominar", de Celestino Monteiro

Todas as sessões: sopa às 20h, filme às 21h.



Sexta-feira, 15 de Janeiro

Os filmes da artista Maya Deren (1917 - 1961), "Meshes of the Afternoon" e "At Land".

“Eu faço filmes com o que, em Hollywood, se gasta só em batons.” Esta frase de Deren reflete bastante a imagem que a diretora, fotógrafa, poeta, coreógrafa e teórica cinematográfica deixou através de sua obra, em meados do século XX.

Maya Deren foi uma figura chave de um Novo Cinema Americano, chamando a atenção da comunidade artística os filmes pessoais, experimentais e underground. Em 1986, o American Film Institute criou o Maya Deren Award para honrar cineastas independentes.

Meshes of the Afternoon    (14', 1943)

É reconhecido como um filme avant-garde seminal. Os críticos vêem elementos autobiográficos no filme, assim como pensamentos acerca da mulher e do indivídual. Originalmente mudo e sem diàlogos, em 1952 o terceiro marido de Deren, Teiji Itō, compôs musica para este filme.

O filme pode ser descrito como um “filme trance” expressionista, cheio de angulos dramáticos e montagem inovadora. Parece investigar as efémeras maneiras em que a mente inconsciente do protagonista trabalha e faz ligações entre objetos e situações.

At Land (14', 1944) 

Este é dos filmes de Deren em que o foco é a exploração do caráter na sua subjetividade com o ambiente físico, dentro e fora do seu subconsciente.

Sexta-feira, 22 de Janeiro

Torre Bela (81', 1977), de Thomas Harlan

Torre Bela, velha propriedade do Duque de Lafões, uma herdade do Ribatejo com dois mil hectares, a maior herdade murada de Portugal, é ocupada por trabalhadores agrícolas sem trabalho nem terra, que, num dos momentos quentes do PREC, decidem organizar-se em cooperativa. Com o apoio de revolucionários idealistas, de um líder carismático de perfil duvidoso e de «soldados do povo», querem fazer ouvir a sua voz e as suas razões. Todos vêem nessa apropriação um legítimo modo de reabilitação social e sentem estar a contribuir com a sua experiência para o processo revolucionário em curso. Em causa estão terras incultas desde 1961, que os ocupantes, residentes das povoações de Manique do Intendente, de Maçussa (Azambuja) e da Lapa (Cartaxo), pretendem explorar para produzir géneros de primeira necessidade. O processo é seguido passo a passo num filme que passo a passo se inventa, procurando decifrar o significado profundo de um gesto que excede o social, as questões de classe, e que outros personagens descobre, além daqueles que à partida tem em foco: «a base». 

O documentário longa-metragem realizado por Thomas Harlan, feito em co-produção entre Portugal, Itália e RFA, caracteriza-se por assimilar géneros “contraditórios” na época: filme histórico, assume-se como cinema militante e, ao mesmo tempo, como exercício de antropologia visual. 


Sexta-feira, 29 de Janeiro

Sónia Amen e Celestino Monteiro, numa sessão de cumplicidades apresentam-nos os seus filmes, "A Menina Analógica" e "O acordeão policromático-sinusoidal e as tentativas de uma louca para o dominar", um filme de Celestino Monteiro com a actriz Valentina Carro Padin. 

Sónia Amen, natural do Porto, estudou cinema na Escola Superior Artística do Porto. Pintora, música, cantora e realizadora independente, tem no seu currículo os seguintes filmes e projeções: “Imigrante” no museu Serralves; “Menina Analógica”, no auditório de Campanhã e Maus Hábitos; “Antónia”, na Casa Van Gogh.

Celestino Monteiro (Porto 1966), Artista de Plástico, fotógrafo, escultor, cineasta, músico e performer (desconstrutor de realidades . Nunca pediu um subsídio e recusa-se a fazê-lo).

Valentina Carro Padín (Castrelo, 1984) é uma atriz, poeta e escritora galega.