TOMÁS IBÁÑEZ NO GATO VADIO
É
já no sábado, 30 de Abril, pelas 21h, que receberemos Tomás Ibáñez no
Gato Vadio. Por ocasião da publicação da antologia dos seus ensaios,
«Interstícios Insurrectos», estaremos com um dos mais estimulantes
pensadores do anarquismo contemporâneo. Ibáñez tem uma vasta obra
publicada, em espanhol e noutras línguas, que chega agora à língua
portuguesa com um volume representativo e bem organizado. Professor,
durante muitos anos, na Universidade Autónoma de Barcelona, onde se
dedicou sobretudo à Psicologia Social, Ibáñez é, desde a sua juventude,
um activo participante na cena anarquista espanhola. Para vir escutá-lo e
conversar com ele não é preciso virmos munidos de identidade
«anarquistas». Aliás, o problema da identificação e de certas
cristalizações políticas é uma das questões mais interessantes que
percorrem a sua obra. «Aqui, a resposta [à pergunta sobre a actualidade
do anarquismo] é dupla: é preciso dizer que o anarquismo é plenamente
actual e que, num outro sentido, já deixou de o ser». O desafio contido
nestas palavras favorece o pensamento de todos os que, identificando-se
ou não como anarquistas, se preocupam com a criatividade política e
social em tempos tão constrangidos por complexas e férreas dominações.
Ibáñez
esteve na CNT, que abandonou em 1979, e depois na CGT, problematizando,
ao mesmo tempo, estas formas históricas de acção social e laboral,
enquanto prosseguia uma intervenção teórica e universitária que ele
considera inserir-se no campo libertário. Vivendo há muitas décadas na
Catalunha, alguns destes ensaios são também reflexões sobre a questão
nacionalista, que ganha hoje configurações ameaçadoras na Europa. Desde a
jubilação, a sua obra política continua a alargar o campo da utopia e
da sua eficácia social. É esse o fito deste encontro.
O editor da Barricada de Livros, Mário Rui Pinto, estará também presente.