19 a 22 de Setembro | Desassossegos | Obsessão | JeanTible | VirgílioMelo | Petalit’EmVersos | Antígona

Nas quintas de Setembro,
Ted Kaczynski apresenta cenas de Obsessão 

sempre pelas 21:30h, sempre com entrada livre.
 Quinta 19 de Setembro, 21:30h  

Veludo Azul (1986)
 Blue Velvet  / 2h
Realizador - David Lynch

Um rapaz volta à sua cidade natal após longo tempo e descobre uma orelha humana decepada num jardim. Insatisfeito com a investigação policial, ele e a filha do detective encarregado começam a averiguar por conta própria e descobrem coisas estranhas...

 Sexta 20 de Setembro,  21:30h 

Brasil:
guerra colonial, governo da morte e corpos libertos
conversa com Jean Tible.

O Brasil no contexto mundial de um acirramento entre formas de autoritarismos e desejos libertários. O novo governo está conectando o país à nova internacional de extrema-direita e promove uma agenda da morte: ampliando a posse de armas, liberando os agrotóxicos e o desmatamento, celebrando massacres policiais, atacando as conquistas sociais e democráticas, produzindo diariamente um discurso de ódio contra professores, activistas, jornalistas, indígenas, anti-racistas, ambientalistas, feministas, pessoas e colectivos fora das normas. Uma contínua guerra colonial agora ainda mais explícita - como se Canudos fosse sendo sempre reencenada. É, no entanto, importante perceber este governo, o seu intuito de destruição e os sectores sociais, políticos e económicos que o apoiam na chave do medo, devido às transformações recentes. Daí as reacções identitárias (branca, masculina, heteronormativa, mas também sentimento de classe) que pululam e os ataques constantes às mudanças dos últimos anos: todo um tecido de vidas, de formas de existir e habitar as vias, vielas, aldeias se formou. Territórios libertos, às vezes mais fugazes, outros mais duradouros – sempre importantes. Marchas, grupos, associações, festas, hortas, ocupações, acções e criações mil constituem a irrupção singular de novas subjectividades preta, LGBTQ+, trabalhadora, periférica, feminista, indígena, múltiplas. Estamos a viver um confronto desigual entre forças de vida e o cinismo do poder oligárquico.

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JeanTible. Professor de Ciência Política na Universidade de São Paulo.
É autor de Marx Selvagem (2013) e co-organizador de Junho: Potência das Ruas e das Redes
(Fundação Friedrich Ebert, 2014) e Cartografias da Emergência: Novas Lutas no Brasil (FES, 2015). 

 Sábado 21 de Setembro,  17:00h 
Audições comentadas pelo compositor, professor e musicógrafo Virgílio Melo
Olivier Messiaen

Olivier Messiaen
(Avinhão, 10 de Dezembro de 1908 – Clichy, 27 de Abril de 1992),
foi um compositor, organista e ornitologista francês.

Giotto di Bondone 
(Colle Vespignano, atual Vicchio, 1267 — Florença, 8 de Janeiro de 1337),
foi um pintor e arquitecto italiano.

Ainda chegam à livraria novidades da 
ANTÍGONA | EDITORES REFRACTÁRIOS

O Único e a Sua Propriedade 
MAX STIRNER

Depois d’ O Capital de Karl Marx talvez nenhum outro livro tenha sido tão polémico alicerçando grande parte da produção teórica ao nível das ideias filosóficas e revolucionárias dos últimos 150 anos. Neste tempo de causas dúbias e obscuras Stirner emerge do ruído de fundo da História onde se misturam todas as vozes e vidas sendo que a vida tem prioridade absoluta e está para além de todas as fórmulas ou instituições enquanto linha divisória que se procura ultrapassar e demolir. A causa de Stirner funda-se em nada e este é o repto dirigido a todos os missionários de causas falhadas e tantas vezes sangrentas.


TRADUÇÃO João Barrento
POSFÁCIO José A. Bragança de Miranda
2.ª EDIÇÃO 2019
Uma Solidão Demasiado Ruidosa
BOHUMIL HRABAL
Uma Solidão Demasiado Ruidosa (1976) é a história do velho Haňta, que, por ofício, prensa e destrói livros no subsolo de Praga, e que, por amor, salva dessa hecatombe os mais belos achados em pilhas de papel: textos de Kant, Hegel, Camus, Novalis e Lao-Tsé, todos eles condenados à destruição pelas autoridades. Até que, um dia, o progresso quer aniquilar com mais eficácia as páginas que Haňta insiste em resgatar da sua obsoleta prensa. Censurada e publicada em samizdat, Uma Solidão Demasiado Ruidosa tornou-se uma obra de culto sobre a indestrutibilidade da memória e da palavra e o seu poder redentor em tempos bárbaros. Bohumil Hrabal confessou ter vivido apenas para escrever este livro.
TRADUÇÃO DO CHECO Ludmila Dismanová
CAPA DE Mariana Malhão
1.ª EDIÇÃO Setembro 2019

Em Setembro, nas paredes vermelhas do Gato Vadio:
“DESASSOSSEGOS”
pinturas de Artur Santos

Desassossegos
Sete telas, sete marcos de uma viagem interior, criadora e diversa! / E os corpos, rudes e grossos, são testemunho e garantia! / Evidências primárias e primeiras da criação, violentos e densos, estão ali, oferecendo-se descontinuidade e rupturas! / E o rosto, está lá também, e sempre, o rosto do criador, é garantia e testemunho! / Vigia, vigia-se, projecta-se, expõe-se, dilui-se e, imóvel, adensa a descontinuidade no movimento de cada tela!/ E ao assumir-se também assim, ruptura, descobre-se e revela-se criação nos modos como está, vê, mostra, explana e representa o mundo e a vida, dizendo de poetas e cantores, de sonhos, de rupturas! / Desassossegos outros, pela mão de um criador que avocou a ruptura  para se dizer vivo!                                   
      António M. Oliveira