CINEMA VIVO
Neste mês de flores e primavera o cinema vai viver aquele maio em que floriu um dos mais vigorosos momentos de contestação política do século XX.
9 de maio, 21h30: DIAS DE MAIO (Grands Soirs et Petits Matins), de William Klein
Maio de 68. Paris, nas ruas do Quartier Latin, da Sorbonne ao Odéon. Os símbolos da autoridade são postos em causa por milhões de grevistas e estudantes. O cineasta e fotógrafo americano William Klein registou as assembleias quotidianas, os debates improvisados, as manifestações, as barricadas, as rixas de rua, as conversas, a utopia em construção, as esperanças, as resignações e os mal-entendidos. Filmado a preto e branco, com a câmara na mão, este filme é um maravilhoso documento de um dos mais vigorosos momentos de contestação política da França do século XX.
France, 1968.
Uma série de 41 curtas-metragens documentais mudas, cada uma com 2-4 minutos, realizadas (sem crédito) por cineastas politicamente empenhados em servir de propaganda para os acontecimentos de maio de 68. Cada “tract” defende um ponto de vista político de esquerda através de fotografias e não de imagens documentais.
23 de maio: LOIN DU VIETNAM, de Chris Marker, Agnès Varda, Alain Resnais, Jean-Luc Godard, Joris Ivens, William Klein e Claude Lelouch
Idealizado por Chris Marker sob a égide do grupo ativista francês SLON (Société pour le Oeuvres des Nouvelles Lancement/Sociedade para o lançamento de novas obras), Longe do Vietnã é uma realização multifacetada que mistura registro documental e ficção para combater a propaganda americana e a cobertura da grande mídia durante a Guerra Vietnã (1955-1975). Com segmentos dirigidos por Chris Marker, Agnès Varda, Alain Resnais, Jean-Luc Godard, Joris Ivens, William Klein e Claude Lelouch, esse intenso ensaio-manifesto é ao mesmo tempo um protesto apaixonado e coletivo contra a guerra americana no Vietnã, mas uma diversificada e múltipla exploração do impacto mundial da guerra, da indiferença cultural e da nossa memória seletiva.
Elenco: Jean Luc Godard, Bernard Fresson, Karen Blagernon, Fidel Castro, Che Guevara
30 de maio: O Fundo do Ar é Vermelho, de Chris Marker
As esperanças e as decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 1968 no mundo inteiro. Do regime chinês ao cubano, passando pela Primavera de Praga, até os movimentos estudantis e operários franceses. Chris Marker ressalta que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política, os rumos incertos da História e da sociedade.