Em Agosto, Gato Vadio expõe nas suas paredes vermelhas “IMPRESSÕES DE TEATRO” Crítica Teatral de Fernando Lopes Graça FERNANDO LOPES GRAÇA (TOMAR, 1906 – PAREDE, 1994), O MAIS reconhecido compositor português de todo o século XX, não se contraiu meramente no ofício da criação musical. Profícuo divulgador da “arte da musa” na suas distintas vertentes, foi igualmente um homem de toda a cultura, desvelando-se por várias funções pelas quais melhor se pudesse expressar. São hoje reputados os textos de divulgação musical que amiúde publicava em vários órgãos da imprensa, as suas traduções de obras literárias de autores máximos, como Jean-Jacques Rousseau ou Thomas Mann, ou ainda as paradigmáticas responsabilidades na criação e programação, nos inícios dos anos 40, da Sociedade de Concertos “Sonata”, que permitiu dar a conhecer, em Portugal, a música dos compositores da primeira metade do século XX. De igual relevância, mas menos conhecida do público em geral, foi a actividade de comentador de teatro que exerceu, maioritariamente, para o carismático semanário de crítica literária e artística – “O Diabo” –, entre Novembro de 1939 e Dezembro de 1940, mas também para a renomada revista de doutrina e crítica – “Seara Nova” –, nos primeiros meses do ano de 1943. Estes textos tornam-se, hoje, de um relevado interesse, não só pela análise de rigor com que abordava o assunto, de que era efectivo conhecedor, como pela requintada e sempre deleitável prosa com que o expunha. Esta mostra exibe algumas destas 'Impressões' de teatro nos seus exemplares originais de “O Diabo” e da “Seara Nova”.
(Pedro Junqueira Maia, Agosto de 2019)
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