Nas quintas de Julho Gato Vadio projecta alguns episódios da série televisiva Pipi das Meias Altas,produzida pela televisão sueca, e baseado nos livros da escritora de literatura infanto-juvenil Astrid Lindgren, que teve como protagonista principal a actriz Inger Nilsson, sempre pelas 21:30h, sempre com entrada livre.
"Pippi Långstrump" (em sueco) , Pipi das Meias Altas (em português) , Pipi das Calças Largas (em castelhano), Fifi Brindacier (em francês), Pippi Longstocking (em inglês) é o título de uma série de livros infanto-juvenis da autora sueca Astrid Lindgren, e que foi transformada em série de TV, iniciada em 1969, com várias réplicas até 1973, e que povoam ainda hoje o imaginários de muita gente nova, e menos jovem. O anarco-langstrumpismo da Pipi é reconhecido por muita gente.Pipi é uma rebelde, uma adepta de estratégias insurreccionais. Provoca as situações, transforma cada território que atravessa numa zona autónoma temporária. Na sua casa (Villa Drôlederepos) – que não é mais do que um squatter autogerido - ela vive com indivíduos seleccionados por afinidade: o senhor Nilsson e o tio Alfred – que não são só dois compinchas perfeitos, mas também são seres dotados de razão, que vivem de acordo com os seus desejos, o que torna a coisa mais alegre, como se imagina. A casa está localizada no limbo do poder capitalista, estatal e patriarcal, e completamente fora do sistema mercantil de mercado. Lá ninguém trabalha e as actividades são realizadas de uma forma lúdica. Pipi é uma teórica subversiva. Ela não pára de inventar novas situações, novas possibilidades de acção graças à sua criatividade fenomenal. Pipi é apátrida, já percorreu o mundo, não é de nenhum lado e, ao mesmo tempo, é de todos os lugares. Pipi é irrecuperável. Ela constrói com audácia e mestria o seu projecto de emancipação, de experimentação quotidiana, evitando as manobras que possam rebaixá-la. Não obstante, todos os dispositivos do poder tentam constantemente manietá-la, e trazê-la para a ordem: a tia Percilla, que conspira com as madames da vizinhança para a levar para a escola, os chuis que a querem levá-la à força para orfanato, os ladrões que pretendem roubá-la e atentar contra a sua pessoa. Pipi a todos os ridiculariza graças à sua perspicácia, à sua imaginação e à sua força prodigiosa. Não conseguimos imaginá-la integrada numa família, numa igreja, numa pátria, num partido. Os adultos não conseguem impôr-se à sua vontade. Acima de tudo, Pipi é uma criança. Ela não espera crescer para ser intelectual, saber a tabuada, para se casar ou se candidatar a presidente de câmara ela quer apenas viver de acordo com seus próprios desejos e segundo as suas próprias necessidades.
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