Esta pintura como um mundo em carne viva, mundo nu, cheio de filamentos e loros, onde a irritante força de um fogo dilacera o firmamento interior, o despedaçar da inteligência, onde a expansão das forças originais, onde os estados que nem nomear se podem aparecem com a expressão mais pura, a menos suspeita de alianças verdadeiras. É a sulfurosa vida da consciência que sobe até ao dia com a sua luz mortiça e as suas estrelas, os seus covis, o seu firmamento, com a vivacidade de um desejo puro, com a sua chamada a uma morte constante, perto da membrana da ressurreição.
A Arte e a Morte" de Antonin Artaud, ignota/Sr. Teste 2016 tradução de Aníbal Fernandes e capa de Débora Figueiredo
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