Lançamento do livro – desenho e poesia – de Patrícia Eloy e Carlos César Pacheco
sábado, 17 de dezembro às 17h
Os desenhos (pastel seco e pastel a óleo) de Patrícia Eloy encontram-se com os versos (poemas e micro-contos) de Carlos César Pacheco. Entrelaçam-se e dançam juntos, desencontrados no tempo, num ciclo finito. Entre 1992 e 2019, o tempo dobra-se, desfaz-se, interconecta-se e foge para a frente, em saltos descontínuos, reflexos efémeros.
Em “Terra-Mãe” (heimat* no original), fundem-se poemas em forma de cor e desenhos em forma de verso. Versos floridos e cores violentas, cores agrestes. Palavras meigas, ingénuas, mesmo pueris. Pinceladas (movimentos) vivazes, cáusticas, de uma violência extrema, mas contida, muitas vezes divertidas e sagazes.
Um olhar infantil sobre o tempo e o espaço hodierno; verdadeiro noticiário da alma exposta aos elementos: «o mundo é o mundo» | «um sol inesperado», «ao longo do abismo», «entre silêncios»: «uma nota suspensa».
Ezequiel Nunes
Professor na Kalahari Public University
Mathematics & Philology Department
Outubro de 2022
PATRÍCIA ELOY
Nasceu no Porto. Se o mundo acabasse amanhã, a única
coisa de que se arrependia, era dos Xanax que deixou de tomar. Tem uma
alma de esquerda encerrada num corpo de direita. Sempre quis casar com
um apóstolo – e casou.
CARLOS CÉSAR PACHECO
Gostava de ter viajado
mais. Teoricamente libertário, na prática é um social-democrata sueco.
Não tem alma. Acredita que não vale a pena estar morto. Sempre quis
casar com um andróide – e casou. Nasceu na Europa.
__________________
* Referência à série de filmes de Edgar Reitz sobre a vida na Alemanha entre 1840 e 2000.