Dia do Decrescimento | 5 JUN 17h



 
Dia Global do Decrescimento / Degrowth Day
Sábado, 5 de Junho, às 17h
Rua da Maternidade, 124, Porto
Encontro-Convívio
 
DEPOIS DA PANDEMIA, SABEMOS PARA ONDE ESTAMOS A IR?
O PONTO DA SITUAÇÃO NO DIA DO DECRESCIMENTO
 
O Gato Vadio organiza no dia 5 de Junho – dia global do decrescimento – um encontro-convívio em que debateremos a situação com que todos nos deparamos neste período de suposta saída da situação pandémica e regresso à «normalidade». 
 
Durante estes 18 meses, período de paralisia geral da cidadania, em quase tudo vimos acentuar-se um curso de degradação, no que se configura como a normalização das crises e do cinismo político. Quem reagiu a isso? Graças ao confinamento, foi-se instalando um estado de emergência permanente, sem que tivesse ocorrido qualquer reflexão pública sobre a situação e o mundo que queremos. Seja nos regimes democráticos ou nos autoritários, a pandemia tem vindo a reforçar o incremento dos dispositivos de controlo e padronização das relações humanas. A natureza foi neste período mais agredida do que nunca. As alterações climáticas estão hoje muito para além das adaptações ditas «amigas do ambiente» e estão a tornar-se o pretexto para as agendas da geoengenharia e da engenharia social. A sociedade de consumo, impulsionada por adaptações telemáticas, é relançada e reforçada, ao mesmo tempo que a pobreza e a exploração crescem exponencialmente. A guerra está agora no horizonte próximo dos Estados, desejosos de adquirir domínio geopolítico sobre os recursos naturais ainda disponíveis. 
 
O Gato Vadio afirma um interesse continuado, imaginativo e prático nas propostas do decrescimento. Mas acreditamos que esse interesse necessita de ser reflexivo e crítico, confrontando todas as formas tecnocráticas que hoje prolongam e agudizam os processos industriais e a complexificação da sociedade, mesmo quando estes assumem formas ditas «verdes». Vem fazer o ponto da situação connosco. É tempo de actualizar perspectivas. As perspectivas decrescentistas servem, afinal, para pôr as questões difíceis, aquelas que o espectro político não pode colocar no espaço público, sob o pretexto de que há sempre uma bondade no crescer muito, um pouco ou quase nada. Nada dizem, portanto, sobre sociedades que não só não voltarão a crescer como esbarram já contra um muro.