CineGato: Werner Herzog | Agosto & Setembro, quinzenal



 
Werner Herzog nasceu em Munique em 5 de setembro de 1942. Cresceu numa remota vila montanhosa na Baviera e estudou História e Literatura Alemã em Munique e Pittsburgh. Fez o seu primeiro filme em 1961, aos 19 anos. Desde então, produziu, escreveu e dirigiu mais de sessenta filmes de longa metragem e documentário, como AGUIRRE, O GUERREIRO DE DEUS, (1972), NOSFERATU (1978), FITZCARRALDO (1982), LESSONS OF DARKNESS (1992), DIETER PEQUENO PRECISA VOAR (1997), THE WILD BLUE YONDER e GRIZZLY MAN (2005), ENCONTROS NO FIM DO MUNDO (2007), A CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS (2010). Werner Herzog publicou mais de uma dúzia de livros de prosa e dirigiu outras tantas óperas.


14 de agosto, 22h.
Werner Herzog Eats His Shoe (1980, 20’, EUA)

Documentário dirigido por Les Blank que mostra o diretor Werner Herzog a cumprir a sua promessa de que comeria o sapato, se Errol Morris terminasse o filme Gates of Heaven. O filme inclui clipes de Gates of Heaven (1970) e da longa metragem de Herzog, Even Dwarfs Started Small (1970).

Les Blank (27 de novembro 1935 - 07 de abril de 2013) foi um documentarista americano conhecido pelos seus retratos de músicos americanos tradicionais . A maioria de seus filmes são acerca das formas de música tradicional americana, incluindo (entre outros) blues, Appalachian, Cajun, Creole, Tex-Mex, polca, tamburitza e música havaiana. Muitos desses filmes são os únicos documentos filmados de músicos agora desaparecidos. Os filmes de Blank, focados em assuntos musicais, passavam grande parte do seu tempo de execução concentrados não na música em si, mas no contexto cultural da música, retratando os arredores de onde vêm essas músicas americanas. Outros filmes notáveis ​​sobre assuntos não musicais incluem um filme sobre o alho e outro sobre mulheres com dentes escancarados, além de dois filmes sobre o diretor de cinema alemão Herzog: Werner Herzog come o seu sapato (1980) e Burden of Dreams (1982), o último sobre as filmagens de Fitzcarraldo, de Herzog.

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28 de agosto, 22h.
Lektionen in Finsternis (Kuwait, 1992, 50 min.)

Conhecido nos Estados Unidos como Lessons of Darkness, (pt: Lições das Trevas) é um documentário escrito, dirigido e narrado pelo alemão Werner Herzog. Foi filmado em 16 mm a partir da perspetiva de um observador quase alienígena, o filme é uma exploração dos campos de petróleo, incendiados e devastados no pós-Guerra do Golfo no Kuwait, descontextualizado e caracterizado de tal maneira a enfatizar a estranheza do cataclísmico do terreno.

Sinopse
Documentário narrado por Herzog, que mostra os campos petrolíferos do Kuwait em chamas, emanando altas colunas de fumaça. Através da narração, o enredo em si aborda um país desconhecido que sofreu com a feroz Guerra do Golfo e arca com as consequências. Em contraste com os documentários comuns, são poucas as entrevistas e os comentários. O que deve ter sido o próprio inferno é apresentado ao espectador com belas imagens pós-apocalípticas e com uma ótima trilha sonora. Herzog considera esse filme uma produção de ficção científica, ao invés de um documentário, pois a impressão que nos passa é de que estamos assistindo a um filme de outro planeta, por parecer tudo tão longe de nossa realidade. 


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4 de Setembro, 22h.

Grizzly Man (EUA, 2005, 103’)


"Grizzly Man" explora a vida e a morte terrível de Timothy Treadwell, um especialista amador em ursos "grizzly" e defensor da vida animal. O filme mostra o relacionamento do homem moderno com a natureza selvagem e segue as viagens de Treadwell pelo Alasca, onde ele viveu com esses ursos e aprendeu a gostar deles. A cruzada de Treadwell pela defesa dos "grizzlies" foi tragicamente interrompida quando ele e a sua namorada foram atacados e mortos por um urso tresmalhado em Outubro de 2003.


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18 de Setembro, 22h.

Fata Morgana (Alemanha, 1971, 76')

Fata Morgana é o nome dado a um efeito ótico, uma espécie de miragem que se produz graças a uma inversão térmica. Neste filme, o efeito pode ser notado a partir de imagens do deserto do Saara. Narrado pela crítica e historiadora do cinema franco-alemã Lotte Eisner, por quem Herzog sempre nutriu grande admiração, este documentário absolutamente conceitual está dividido em três partes, expressando uma espécie de crítica do cineasta à civilização: criação, paraíso e idade do ouro.

 


Werner Herzog (nascido em 5 de setembro de 1942) é um diretor de cinema, roteirista, autor, ator e diretor de ópera alemão. Herzog é uma figura do novo cinema alemão. Seus filmes geralmente apresentam protagonistas ambiciosos com sonhos impossíveis, pessoas com talentos únicos em campos obscuros ou indivíduos que estão em conflito com a natureza.

O cineasta francês François Truffaut chamou Herzog de "o diretor de cinema mais importante vivo". O crítico de cinema americano Roger Ebert disse que Herzog "nunca criou um único filme comprometido, vergonhoso, feito por razões pragmáticas ou desinteressante. Até seus fracassos são espetaculares". Ele foi nomeado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time em 2009.