Resumo: oceanografias (ou a memória da água), programado num microcomputador Sinclair ZX Spectrum em 1986, publica-se agora - exactamente 30 anos depois - conforme a versão original. Consiste numa operação poética feita em computador a partir de uma relação de correspondência numérica linear com alguns significantes semântica e foneticamente próximos entre si. Partindo de vinte e quatro vocábulos selecionados de três poemas originais, a cada um deles foi atribuído um número sequente de 1 a 24, os quais foram depois submetidos a combinações aleatórias, previamente limitadas por variáveis determinantes da quantidade de números de cada associação e da quantidade de associações de cada experiência, e posteriormente recodificados. Em 1986, o trabalho começou por se chamar Conjeturas da Água. Depois foi-lhe associada a temática dos Descobrimentos Portugueses, originando novos contextos e novas alegorias que justificam o subtítulo «oceanografias». Só mais tarde recebeu o título definitivo a memória da água, numa alusão às experiências do Dr. Jacques Benveniste e em homenagem àqueles que acreditam que nos oceanos perdura ainda o bafo das naus de Quatrocentos.
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