Sinopse:
Quando Mil Milhões de Chineses Saltam é uma narrativa de viagem descrita pelo olhar de um jornalista que confronta os factos perante uma paisagem que se transforma. Num país claramente marcado pela questão do desenvolvimento urbano versus o meio rural, o autor percorreu mais de 160 mil quilómetros e entrevistou mais de 200 pessoas – desde figuras de destaque da sociedade e política chinesas, até gente comum, espelho de um país que se transforma. Dependente do carvão como principal fonte energética para o crescimento económico das últimas décadas, a China assistiu a uma impressionante melhoria das condições de vida da população, paralelamente a uma assustadora degradação ambiental. Em nenhum outro país existe um estímulo maior para agir em prol da preservação. E em nenhum outro país se encontra um maior investimento nessa mudança.
Jonathan Watts atravessou a China por terra, dos desertos às cordilheiras montanhosas, passando pelas aldeias mais pequenas e pelas cidades mais modernas. O desenvolvimento acelerado deixou marcas em todas. Num mundo com recursos finitos, torna-se urgente uma mudança de atitudes. Desde as alterações climáticas à segurança energética, à globalização e ao activismo ambiental, este é um livro que nos faz reflectir sobre a sustentabilidade do futuro. O meio ambiente é a prioridade de hoje.
Excerto:
«Percorrendo mais de 160 mil quilómetros desde as montanhas do Tibete até aos desertos da Mongólia Interior, testemunhei verdadeiras tragédias ambientais, excessos do consumismo e uma dedicação inspiracional. Fui até ao Shangri-La e a Xanadu, percorri a Rota da Seda, desci a minas de carvão, atravessei lixeiras e várias vilas cancerígenas. Visitei a comunidade mais rica, a cidade mais poluída e o mar mais fétido. No caminho, falei com conservacionistas proeminentes, políticos, advogados, escritores e especialistas de topo na China sobre energia, glaciares, desertos, oceanos e clima. Mais persuasivas foram as histórias de gente comum afectada de formas incríveis pela explosão do desenvolvimento humano, numa dimensão que o mundo nunca antes vira. Este livro é como um diário de viagem através de uma terra escurecida pelo fumo e transformada pelos guindastes; uma viagem que examina como o mundo rural está a ser afectado pelo consumo urbano. O que é que estamos a perder e como? Quais são as consequências? Podemos solucioná-las? Trata-se de uma projecção num écran chinês do desenvolvimento moderno da humanidade. Os capítulos prosseguem por regiões e temas que reflectem a diversidade de ecologias, economias e culturas em jogo. (...) A China é grande demais e muda muito rapidamente para alguma vez ser captada na sua totalidade. Ainda assim, por fragmentos também se conta uma história. Começando nos lugares mais altos e inexplorados do mundo e descendo até às planícies mais populosas e poluídas, o livro segue pelo progresso moderno da humanidade e pela minha própria consciencialização, cada vez maior: agora que a China já saltou, é altura de reposicionarmos os eixos das nossas vidas.»
O AUTOR
Jonathan Watts é jornalista correspondente do jornal britânico The Guardian. Depois do Japão, onde viveu desde 1996 a 2003, foi enviado para uma posição em Pequim, onde trabalhou entre 2003 e 2012. Além da cobertura de todos os principais acontecimentos durante esses anos na China, Jonathan Watts percorreu o país numa investigação de campo para este livro. Globalmente, a importância da China é incontornável. O desenvolvimento e o crescimento económico estão cada vez mais inter-relacionados com o resto do mundo. Assim como os problemas ambientais. Jonathan Watts foi do Shangri-La até Xanadu em busca de um ideal. Dessas viagens resultou um retrato único que supera as fronteiras do país e nos leva até uma imagem global onde nos vemos projectados. Em 2006, foi escolhido como «Correspondente Estrangeiro do Ano» pelo British Press Awards. No ano seguinte, recebeu, juntamente com a sua assistente, o prémio One World Media na categoria de «Melhor História de Imprensa». Em 2009, foi um dos vencedores do prémio «Meio Ambiente» do One World Media, com uma série de trabalhos sobre a crise alimentar mundial. Quando Mil Milhões de Chineses Saltam é o seu primeiro livro. Vive actualmente no Brasil onde trabalha como correspondente na América Latina para o The Guardian.