17 abril - quinta-feira 21h30 - gato vadio
Cinema e mulheres regressa todas as quintas-feiras do mês de Abril no Gato Vadio.
Vamos nos reencontrar com Virginia Woolf, Louise Michel, Hannah Arendt e avós da guerrilha, mas também com Mrs Dalloway, Louise (aka Jean-Pierre) e Michel (aka Cathy).
Hannah Arendt
(2012) de Margarethe von Trotta (109'), inglês com legendas em português.
Um filme. Duas mulheres.
Duas mulheres de um mesmo espaço geográfico: Alemanha.
Duas mulheres de tempos diferentes. Duas mulheres de duas gerações.
Dois aspectos que só por si problematizam questões de género, de poder e de política. Tendo em conta uma questão subjacente, mas premente em todo o filme, que podemos resumir nestas palavras de Heidegger (1954) « (...)ainda não começámos a pensar». É isso mesmo a proposta de von Trotta e de Hannah Arendt, i.e., sim, já começámos a pensar!
Dois conceitos.
Primeiro: a natureza do mal não é radical, é extrema e, segundo, antes de qualquer pertença «local» ou «íntima» o que nos pertence a todos é a nossa humanidade partilhada. Vindo de duas mulheres de tempos diferentes, ainda são dois conceitos dificilmente percebidos num mundo assente num maniqueísmo insistente, persistente, imponente e poderosamente masculino!
A história, antes de ser a vida de Hannah Arendt, como o título do filme sugere, que obviamente não se resume ao momento do julgamento de Eichmann em Jerusalém, conta a história de um pensamento de uma mulher amante e amada de Heidegger, companheira e esposa de Günther Stern (aka Günther Anders), amiga de Walter Benjamin, contemporânea de grandes pensadores, e diz-nos: «Sim, já começámos a pensar!» mexendo na dolorosa ferida dos enganos e desilusões perpetuados pelo mundo ocidental.
Trailer
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