MOTIM, de Rui Baião
APRESENTAÇÃO DO LIVRO AGORA EDITADO PELA BARCO BÊBADO
Sábado, 19 de Novembro, 17h
Com a presença do autor, Rui Baião, e do editor, Emanuel Cameira. Apresentação de Óscar Faria
Avizinha-se
uma interessantíssima conversa em torno desta edição, rara e
estimulante, que conta com o grafismo do Paulo da Costa Domingos.
Destaque também para a presença de Óscar Faria, crítico de arte e
curador do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, que fará a
apresentação do livro.
A
poesia de Rui Baião, como a descreveu Manuel de Freitas, encontra-se
“nos antípodas da bela poesia, cantável e mansinha”. É todo um programa,
supõe-se que arriscado – ao menos pelo risco que se considera inerente à
pulsão de destruição da escrita conformada, mas por onde anda ela? –,
que parece fomentar o «motim» no meio das mansidões. É então contra todo
o novo assentamento da gordura das palavras, já que a mansidão
reaparece em cada volta da linguagem, que Rui Baião parece assestar as
suas «Espingardas feias dos dois lados», projetando a toda a volta o
lixo que trazemos na boca.
A
propósito deste livro-motim, Rui Nunes, no seu «Mandíbula à deriva» (em
posfácio ao livro), escreve: «Quanto mais tudo se arruína, mais
converge, até não se distinguir parede de parede, parede de muro,
arranha-céus de arranha-céus, arranha-céus de casebre, estropiado de
estropiado, estropiado de actor. A guerra é um jogo de equilíbrios em
declive? /: / Não: o morto a morto, sem jeito nem trambelho».
Motim:
guerra à guerra, guerra diante da guerra, guerra por dentro da guerra,
alvura da morte, lavada do seu heroísmo peçonhento.