(comentário ao comentário que nos chegou de JDPINHO, ver abaixo, a propósito do debate sobre a vacina da Gripe A h1n1)

Agradecemos as suas notas e a atenção que dedicou ao debate promovido pelo Gato.

As opiniões dos médicos que questionam a vacina da Gripe “suína” não precisam necessariamente de ter uma autoridade baseada no seu passado biográfico para, antes de mais, aconselharam prudência às autoridades sanitárias, governativas, médicas e aos cidadãos em geral por causa dos escassos dados científicos sobre os efeitos a curto, médio e longo prazo, provocados pela vacina e os seus componentes controversos. Tal como as autoridades sanitárias, governativas, médicas e os cidadãos em geral, não precisam de ter uma autoridade baseada no seu passado biográfico para pressuporem, sem dados científicos de relevo, que não há imprudência nenhuma no uso da vacina quanto aos seus efeitos a curto, médio e longo prazo.

Para dar um exemplo, Francisco George declara: “Quem é contra a vacina não tem fundamento científico”. Baseado no peso da sua autoridade, mesmo quando não há dados científicos “sobre a génese do H1N1,(…) a real incidência dos efeitos laterais das vacinas em geral, a sua gravidade, (…). Nem sobre o risco de mutações do H1N1 num cenário de pandemia”, ele declara por antítese que quem é a favor da vacina tem fundamento científico necessário ou suficiente.

(Além disso ser leviano, revela que não é sensível ao maior coro crítico a uma vacina feito por médicos e profissionais de saúde, com ou sem autoridade biográfica, jamais visto em todo o mundo).

Aquilo que achamos prudente é que o cidadão, que deve decidir em consciência se toma ou não a vacina, deve ter acesso não só à opinião “maioritária”, mas também à opinião “minoritária” (colocando a questão nestes termos para simplificar e enfatizar o desequilíbrio entre essas “duas correntes” e não com o intuito de cair em maniqueísmos).

A médica infecciologista (e os restantes médicos presentes no Gato Vadio) não notou a falta de credibilidade na argumentação da médica Teresa Forcades, apontando apenas o lapso de no documentário não ser referido que a estirpe h1n1 afecta pessoas jovens e saudáveis (ao contrário da gripe sazonal).

Também achamos (e aqui sem prudência nenhuma…) que um cidadão consciente, informado e que procura não alienar a sua esfera de interesse público (como estamos em crer concordará), deve ter acesso a informação e a factos sobre a produção da vacina, a génese da sua patenteação pela Baxter, o episódio dos 72 kilos de vacinas com o vírus activo da gripe aviar e da gripe sazonal colocadas no mercado, as alterações recentes na OMS e a cronologia dos factos, etc, etc, etc… Nem que seja para poder depois considerar essas opiniões sem “credibilidade”.

Finalmente, o “desconto” terá de ser dado primeiro a todas as organizações oficias e não-oficiais, a todas as entidades privadas, a todos os grupos coorporativos, sindicais, ordens, associações, e também a todas as livrarias e bares que nem sequer se colocaram na posição do “desconto”. E depois aceitaremos todos os descontos e todas as nossas insuficiências.

Cordialmente,

Os Vadios.