vozes, gritos, palavra.

“O verdadeiro problema revolucionário é o dos tempos livres. Os interditos económicos e os seus corolários morais serão de qualquer maneira destruídos e superados em breve. A organização dos tempos livres, a organização da liberdade de uma multidão, um pouco menos vinculada ao trabalho contínuo, é já uma necessidade para o Estado capitalista como para os seus sucessores marxistas. Por toda a parte, essa necessidade tem-se limitado ao embrutecimento obrigatório dos estádios ou dos programas televisivos.
É sobretudo a este propósito que devemos denunciar a condição imoral que nos impõem, o estado de miséria.
Depois de passados alguns anos a não fazer nada no sentido comum do termo, podemos falar da nossa atitude de vanguarda social, uma vez que numa sociedade ainda provisoriamente baseada na produção não nos quisemos preocupar seriamente com nada a não ser com os tempos livres.”

Excerto de um comunicado do Boletim de Informação da Internacional Letrista, de 3 de Agosto de 1954, in Potlatch, Fenda, 2006